terça-feira, 20 de julho de 2010

Cachalote !!!


Você já sentiu aquela sensação de ser engolido pelo chão, devorado pelas paredes, cospido pelo teto, ou simplesmente você é claustrfóbico...?

Falando sério...sabe expressões como frio na espinha, borboletas na barriga, elefante na sala, todos conceitos abstratos para retratar sentimentos pesssoais ou sensações físicas de incomodo, prazer, medo, frustação. Não podemos esperar que nossos demonios se materializem,como nessas expressões, em uma grande massa cinzenta (we'll aways have Lost...not!), ou que um piano gigante caia na nossa cabeça, para que possamos desencadear uma guerra homérica contra nossas quimeras cotidianas.

Nada é tão simples como uma fábula, mas talvez as fábulas simplifiquem o caminho. As vezes a arte permite que nós possamos dar uma de Dom Quichote, e sair por aí caçando Moinhos de Vento para matar nossos Gigantes.
Cachalote é uma metáfora, a capa representa bem o desafiador mergulho que fazemos por suas páginas, são cinco histórias de ruptura que constroem um mosaico cuja única finalidade é evidenciar a besta grande e gorda que dorme tranquilamente nos sentimentos que não são vividos(uf...).


Na verdade, o desafio é quebrar o óbvio da história, o importante é o crescimento dos personagens e como eles reagem em frente ao abismo simbólico que passam. Pode ser que no final pareça não ter acontecido nada, e que tudo tenha sido uma grande enrrolação de 300 e tantas páginas, o natural é esperar que as histórias se completem da forma mais direta possivel, como num "crosover". O que acontece em "Cachalote" vai muito alem disso, é preciso mastigar as passagens para sentir a ligação que cada momento tem um com o outro, no final, não se vê a placa do caminhão que acabou de lhe atropelar, mas ele passou, e é preciso interpretar o 'nonsense' para poder entender o motivo da história. Se você já assistiu Magnólia você sabe do que eu to falando, se não.

O que chama atenção tambem na história é o constante diálogo com o fantástico, os acontecimentos que movem os personagens parecem vindos de um sonho. A própria arte traz algo onírico, nas suas linhas delicadas, tortas, meio confusas em certos quadros, mas com um expressionismo que transforma o cotidiano no surreal em um "passe de tinta". A história se inicia muito contemplativa até, um rítimo moroso, poucos quadros, dando enfase ao detalhismo na arte do Rafael Coutinho, mas a partir de um momento ganha velocidade, como se o leitor precisase completar o corte brusco entre as histórias, lendo o mais rápido possivel para saber o que rola no final, ou se vai realmente rolar alguma coisa interesante no final.



Cachalote é um mosiaco de vidro, espera-se que você quebre esse mosaico e veja o que há alem, espera-se que os personagens quebrem, façam a ruptura que suas vidas pedem naquele momento.
Existe sim uma enorme Baleia dentro da sala, ou você a esconde debaixo do sofá e vai assistir tevê, ou você vai hidratar suas escamas e devolve-la ao mar...

Um comentário:

  1. Menino, puta texto esse hein? Copiou de onde? rsrsr.

    Serio, eu ainda não temrinei Cachalote, mas já estou apaixonado pela revista, me fez até voltar a escrever literatura mesmo, parecendo até gente grande rsrs.

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