segunda-feira, 26 de julho de 2010

O Hospede Inconformado...

Olá !!

Hoje eu vou publicar uma parada bem tosca por aqui

Geralmente eu fasso muitos rascunhos e odeio finaliza-los, dai que eu tenho um monte de idéias rascunhadas esperando só um pouco de boa vontade da minha parte.

Então decidi deixar de frescura e juntar o Inútil ao Desagradavel...Está aí uma história rascunhada toscamente a uns 3 ou 4 anos atraz e que eu não sabia o que diabos fazer com ela...

Então decidi jogá-la no Photoshop pra ver o que acontecia, resultado....ficou uma droga, decidi então que a história realmente era uma droga e que nunca mais eu finalizo um rascunho tosco digitalmente de forma tosca, num programa que eu não sei mexer...

Apesar dos pesares, essa uma história extremamente intimista e densa... talvez nunca devese ter saido do rascunho afinal...Portanto eu não quis fazer uma coisinha bonitinha e profisional, até porque(Heloooo!!!)eu não sou profissional, muito menos bonitinho. :¬{

Enfim...vou tentar ficar no nanquim mesmo...






terça-feira, 20 de julho de 2010

Cachalote !!!


Você já sentiu aquela sensação de ser engolido pelo chão, devorado pelas paredes, cospido pelo teto, ou simplesmente você é claustrfóbico...?

Falando sério...sabe expressões como frio na espinha, borboletas na barriga, elefante na sala, todos conceitos abstratos para retratar sentimentos pesssoais ou sensações físicas de incomodo, prazer, medo, frustação. Não podemos esperar que nossos demonios se materializem,como nessas expressões, em uma grande massa cinzenta (we'll aways have Lost...not!), ou que um piano gigante caia na nossa cabeça, para que possamos desencadear uma guerra homérica contra nossas quimeras cotidianas.

Nada é tão simples como uma fábula, mas talvez as fábulas simplifiquem o caminho. As vezes a arte permite que nós possamos dar uma de Dom Quichote, e sair por aí caçando Moinhos de Vento para matar nossos Gigantes.
Cachalote é uma metáfora, a capa representa bem o desafiador mergulho que fazemos por suas páginas, são cinco histórias de ruptura que constroem um mosaico cuja única finalidade é evidenciar a besta grande e gorda que dorme tranquilamente nos sentimentos que não são vividos(uf...).


Na verdade, o desafio é quebrar o óbvio da história, o importante é o crescimento dos personagens e como eles reagem em frente ao abismo simbólico que passam. Pode ser que no final pareça não ter acontecido nada, e que tudo tenha sido uma grande enrrolação de 300 e tantas páginas, o natural é esperar que as histórias se completem da forma mais direta possivel, como num "crosover". O que acontece em "Cachalote" vai muito alem disso, é preciso mastigar as passagens para sentir a ligação que cada momento tem um com o outro, no final, não se vê a placa do caminhão que acabou de lhe atropelar, mas ele passou, e é preciso interpretar o 'nonsense' para poder entender o motivo da história. Se você já assistiu Magnólia você sabe do que eu to falando, se não.

O que chama atenção tambem na história é o constante diálogo com o fantástico, os acontecimentos que movem os personagens parecem vindos de um sonho. A própria arte traz algo onírico, nas suas linhas delicadas, tortas, meio confusas em certos quadros, mas com um expressionismo que transforma o cotidiano no surreal em um "passe de tinta". A história se inicia muito contemplativa até, um rítimo moroso, poucos quadros, dando enfase ao detalhismo na arte do Rafael Coutinho, mas a partir de um momento ganha velocidade, como se o leitor precisase completar o corte brusco entre as histórias, lendo o mais rápido possivel para saber o que rola no final, ou se vai realmente rolar alguma coisa interesante no final.



Cachalote é um mosiaco de vidro, espera-se que você quebre esse mosaico e veja o que há alem, espera-se que os personagens quebrem, façam a ruptura que suas vidas pedem naquele momento.
Existe sim uma enorme Baleia dentro da sala, ou você a esconde debaixo do sofá e vai assistir tevê, ou você vai hidratar suas escamas e devolve-la ao mar...

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Cotidiano Fantástico #2: Big-Bang

Nesse momento Richard encontrava-se parado, a despeito, é claro, do fato que o mundo girava e que, por intermédio de alguma força invisível, seus passageiros moviam-se com o mundo sem, por exemplo, perder-se no espaço sideral. A ciência pode até explicar e dar nome a essa força, mas a falta de deslocamento em que se encontrava Richard acontecia, talvez, por razões alheias a explicações cientificas.

Uma fila, aparentemente comum, poderia se tornar a alegoria da criação de um novo universo. Enquanto o “nada” acontece, um agudo sinal eletrônico indica o momento da revolução, um pequeno passo para frente, um grande passo para a humanidade e para a econômia mundial. A verdade era que Richard mantinha-se preso a sua condição de quase-inércia devido a uma questão monetária, queria pagar as contas atrasadas com seu suado dinheirinho de fotografo “freelancer”.

No entanto, o limiar que levava ele e todos os mortais contidos entre as linhas amarelas pintadas no chão, mostrava-se bastante tedioso. Talvez um grande Big - Bang fosse necessário a esse “microverso”, talvez se alguem pulasse as barras de segurança da Unifila e violasse sua autoridade suprema, um golpe de estado seria possível.

Para desgosto de suas fantasias revolucionárias, o centro gravitacional da fila ia alem das barras de organização que formavam os corredores imaginários e alem da necessidade individual de cada um. Aparte dessa estrutura existiam homens uniformizados, parrudos seguranças, que iriam fazer vista grossa a qualquer movimento não calculado. Isso, no minimo, causaria um enorme constrangimento em algum fura fila.

Mais um “beep”, mais um passo, e Richard sente sua massa sendo multiplicada pelo decorrer do tempo. Todos os dez minutos que perdera naquela realidade, agora o faziam se perder em qualquer detalhe visual, por mais estupido que fosse: o banner de propaganda da agencia bancária, o excesso de maquiagem no rosto da menina no caixa, a plaquinha de “não fume” no cantinho da parede e o joanete da senhora parada a sua frente, não...o joanete não, unhas carcomidas e esmalte roido.

O chão mal varrido só aparenta limpeza no odor perpetuo de desinfetante de Limão, como a via láctea, uma mancha que circunda as estrelas, é o rastro das fragrâncias que se misturam no ar, e num instante não há mais fragrância, não há mais cheiro, não há mais ar. O aglomerado de pessoas nesse cubículo catapulta Richard para fora da atmosfera, em direção ao sol, ou para fora da tranquilidade, com um ataque de pânico.

“Beep!”, mais uma vez, o sinal eletrônico alerta que o universo está em mudança. Enquanto a humanidade da um passo a frente na sua evolução, Richard adquire a incrível habilidade de voar e desprender-se das amarras gravitacionais daquele universo. Voara, sem peso nem massa, por cima das barras que delimitavam a fila, e para longe do olhar desconcertante do segurança de banco, que ligeiramente pôs a mão no coldre da arma e tentou manifestar sua força gravitacional, mas Richard já sumia porta a fora do banco, deixando a esperança num próximo Big – Bang.

sábado, 10 de julho de 2010

Long Play...

Ano passado participei de uma oficina de Quadrinhos ministrada por Shiko.

Aprendi um bocado de coisas sobre a produção de Hq's, traço, composição, e ainda tive que acompanhar uma galera com o nível artístico bem mais avançado que o meu.

Enfim...No final da oficina cada um teve que fazer uma história com o tema "Mulheres e Armas", uma história curta, algo bem desafiador para quem está començando.

"Long Play" foi o resultado desse desafio, É a minha primeira história que saiu do rescunho, primeira vez que finalizei com aguada de nanquim e vai ser publicada na "Revista Calango n 2º" (que vai sair se Deus quiser), junto com as outras histórias feitas na oficina.

Então fiquem ai com Long Play...e até o proximo post marujo!! :)








quarta-feira, 7 de julho de 2010

Faltou Água




De manhã me faltou água

Mais tarde vai faltar vida

À tarde, a cachaça faz falta

À noite, faz falta o dia


Reato o amor na madrugada

Pra requentar a boia fria

E a dor arrebatar a alma

Quando faltar água...noutro dia.

Cotidiano Fantástico #1: Propósito

Quando o marcador digital atingiu a casa de numero 3, o celular sabia qual o objetivo de sua existência naquele momento, não sabia porem quais seriam as implicações de sua ação, mas sabia que vinha a um longo período esperando por esse momento, passara a noite em claro na expectativa de uma funcionalidade real, a esperança de alertar uma ligação urgente, e agora dada sua deixa, a razão metódica que envolvia toda a sua vontade, estava prestes a desencadear o caos no mundo onírico.

- Alô.

- Não, não...o senhor ligou errado...

- Tá, chau...

Bruscamente acordado, e agora sem sono, Richard se perguntou quem diabos liga para pedir um galão de água mineral em plena madrugada.